segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Brasília é uma cidade insu*?


Viver em Brasília é legal. A gente pode viajar, passar um tempão fora, que sempre dá vontade de voltar para casa. Conheço pessoas que não trocariam a cidade por nenhuma outra. Brasília é uma cidade bem diferente do que pintam por aí, e quem mora aqui também. Aqui não tem apenas filhinhos de papai insuportáveis, aqui a gente também se diverte. Só que de uns tempos para cá virou comum as pessoas falarem mal. Tem gente que vem para a cidade para trabalhar ou acompanhando maridos e simplesmente não se adaptam, odeiam. E dá-lhe reclamação!


Deve ser difícil mesmo largar a cidade natal para vir morar num lugar diferente. Não estou entrando nesta questão. Mas o que acho interessante é o discurso de cada um. Na maioria das vezes se referem aos playboys e mulheres metidas, mas ainda existem aqueles que reclamam da distância das coisas. Para a maioria, Brasília é uma cidade de moradores que “se acham”. Um lugar frio.


Estive em Goiânia tempos atrás e passei um tempão tentando convencer os amigos de minha prima (que nasceu aqui e mora lá) que eu não era de Minas Gerais nem de Goiânia mesmo. “Não gente! Eu sou brasiliense!”. Aff! Haja discurso! Para eles os brasilienses são aqueles que chegam na cidade dos outros com o som alto, abadá, bermuda mostrando o cofrinho, querendo pegar até gripe e procurando briga. No caso das mulheres, o nariz é empinado até mandar parar.


Nossos amigos mineiros, que vivem aqui, reclamam o tempo todo da cidade. É só a gente perguntar como eles estão que lá vem o discurso das distâncias das coisas, dos preços altos e, é claro, das mulheres metidas. Até uma colega de curso me questionou sobre como é morar numa cidade sem esquinas. Ela veio do Rio de Janeiro e ainda não se acostumou. Tadinha! Escrevi um mega email com todas as razões para gostar daqui. (Hihihihi)


Enfim, existem pessoas insus na capital do Brasil. Existem os filhinhos de papai, a dificuldade em se deslocar de um lugar para outro, os preços altíssimos, as meninas metidas, os feios, os bonitos, os “marromenos”, mas me pergunto se é apenas por aqui. Claro que não! O que não dá é vir morar em Brasília esperando encontrar tudo o que tinha em outros lugares. Como disse nosso amigo Joselito no texto que escreveu sobre a cidade (clique no nome para ler o texto dele): “Brasília é especial”. Sim, sim! Mas quando o assunto é gosto, não dá pra discutir mesmo.


Já vi goiano que não gosta (de jeito nenhum) de brasiliense, carioca que não gosta de gaúcho, brasiliense que não gosta de paraense... Nem sempre as diferenças são bem aceitas e numa cidade onde todo mundo tem que conviver com gente dos mais diversos estados do país, é natural que alguns se estranhem. O que não vale é generalizar! Recentemente estive num churrasco com os Fenômenos. Além do olhar de repugnância jogado pra cima da gente quando chegamos, ainda ouvimos um grupo de moças (cariocas) conversando:


- E aí! Foi ao tal do Calaf no sábado?

- Fui! Achei legal, maix ô povo feio!!!

- Piorrrr! Vamo combiná que ax mulherex di Brasília são feiax dimaix!


...


Aham! Cerrrrrteza!!!



*Insu = Insuportável, chata, metida



Mudando de assunto...

A Cássia, uma paulista que adora Brasília, indicou para a galera do TP o vídeo do filme “O amor nos tempos do cólera”, uma adaptação do livro do Gabriel Garcia Marquez, que tem Javier Bardem e Fernanda Montenegro no elenco. Pôdi, Pessoa Querida!

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Paguei a língua!


Minha avozinha (linda!) sempre nos disse que nunca devemos dizer nunca. Nem devemos julgar as pessoas. Mas todo mundo sabe que é quase impossível não meter o veneno em alguém, criticar algumas atitudes dos amigos, jurar que nunca vamos fazer isso ou aquilo. E é para tais situações que existe a expressão “pagar a língua”. Sabe quando você tem absoluta certeza que não vai fazer isso ou aquilo? Quando um amigo mete os pés pelas mãos e, você, já cansado de tentar alertar, grita aos quatro ventos que nuuuunca faria aquilo? Pois é! Todo mundo sabe que no mundo real as coisas são bem diferentes. Na hora do “vamo vê” nem todos conseguem manter a palavra.


Só para ter certeza que não era a única a queimar a língua, fiz uma pesquisa com alguns leitores assíduos do Sim, Pessoas. Eis as situações mais comuns:


“Eu nunca ficaria com um SECUNDARISTA!” (só um exemplo ta, pessoas?) - Sua amiga está se pegando loucamente com um estudante do ensino médio e você acha um absurdo. Defende suas razões, diz que ele é uma criança, não sabe conversar, fala que não irá se admirar se não der certo e não deixa sequer a pobre se posicionar. Passado um mês você conhece um cara legal, um verdadeiro fenômeno e adivinha? Ele é novinho também! De ouvir axé e tudo. Vaaaaai!


“Eu não quero mais saber dele!” – Aham! É o famoso “enganar a Deus e aos amigos”. Quando você termina o namoro, o cara te humilha, você o xinga de todos os nomes para seus amigos, mete o pau em todas as características do cidadão, difama mesmo, e na primeira ligação, sai atrás dele. Feio!!


“Como vocês são ridículos! Eu não uso apelidos melosos!” – Seu irmão se derrete todo ao telefone com a namorada. É bebê pra cá, fofucha pra lá e você morrendo de rir, achando tudo muito patético. O tempo passa e você conhece o Grande. Quando menos espera já virou a neném dele, ele virou seu guti-guti. E agora é seu irmão quem ri da sua cara. Tosco!


“Eu nunca pegaria ex-namorada de amigo meu”. – Mais uma pra querer enganar a Deus e os amigos. A menina está sozinha, te dá bola e você vai se fingir de morto? Aham! Só Jesus na causa depois para te ajudar a explicar para o (ex) amigo!


“Se eu fosse você não atenderia mais as ligações dele.” – Geralmente quando a amiga tem uma recaída e você usa todo o discurso do que é certo e não é certo fazer. Na maioria das vezes diz que nunca faria algo assim, que onde já se viu uma pessoa não se amar e blábláblá, mas é só o seu Grande ligar que a história muda de figura.


“Não tolero pessoas que gostam de Fábio Jr.” – Você é roqueira assumida. No máximo curte uma MPB. Descarta um bocado de caras que gostam de Axé, Pagode e tals. Paciência zero com isso. Preguiça mesmo! De repente conhece um gatinho, começa a sair com ele, se interessa pela figura, e descobre um CD do Fábio Jr no carro dele. E agora? O jeito é embarcar e cantar os sucessos.

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Enquanto o post não vem...

Que tal ouvir o Chico Buarque explicando a composição de Futuros Amantes??? Pôdi!!!

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

O Aspira Jones

Ontem me foi dada a tarefa de abastecer este tão querido e venerado blog. Meus chefes estão muito atarefados. Sant´lemon, bêbado na “Baêa”, não consegue pensar em nada, Lorão dando aula em trocentas academias, Rogéria é uma alucinação coletiva. Nunca aparece. Ela não existe! E Ninão, bem, inventou de fazer dois cursinhos e não dá conta nem de um. Ela me incumbiu desta tarefa e, parafraseando o Coronel do BOPE, me repetiu por várias vezes: “Estagiário Jones, para mim, tarefa dada é tarefa cumprida!”. Eu tentei utilizar o argumento de Cap. Nascimento: “Já avisei que isso vai dar merda!". Mas não colou. Pensei em gritar: "Eu desisto Cap. Ninão!". Ia ser foda pra minha reputação lá do "B da 8", afinal, eu agora era o novo Xerife. Pensei, pensei e vi que não tinha nada pra fazer na repartição pública em que trabalho. Vou lá ficar na net e ouvir Ipod. Já que só enrolo, teria algo pra fazer nesta tarde calorenta. Enfrentei!


Resolvi contar um pouco da minha história de servidor público. Quando tomei posse, eu não era assim. Fui corrompido pelo sistema...


Eu trabalho em uma repartição pública do "Governo aonde o gerúndio foi exonerado". Mas deve ser por que ele era servidor comissionado. Odeio essa gente. Enfim, tomei posse no início deste século. Cansado de ter que ralar em subempregos como bancos e telemarketing da vida, andei dando sorte de ser aprovado em concursos mais ou menos aonde, na época, consegui ser chamado em alguns, mesmo sendo classificado lá atrás. Escolhi este já mencionado, e pedi a conta do banco no qual eu prestava serviço de escravo.


Feliz da vida por ter, enfim, alcançado a estabilidade, corri logo para fazer os exames médicos. Cheguei ao local informado e me disseram que só haveria médico daqui três semanas. Pô, beleza! Tô de férias! Descanso e começo a trabalhar cheio de vontade. Errado!


No dia em que entrei em exercício foi uma guerra para ver qual seção ficaria com este servidor-em-estágio-probatório-cheio-de-idéias-para-implementar. Fui lotado em uma seção enorme, responsável pela parte administrativa do Hospital De Sobradinho. O chefe lá (um ser comissionado.. tsc!) me deixou começar na outra semana. Comecei a arte do labor e logo me foi apresentada minha ferramenta de trabalho: A máquina de escrever. O quê? Que bicho é esse? Liga na tomada? E onde coloca o disquete? Onde fica o “shift”? Foi foda! Acostumado com a maior invenção do homem, depois da boneca inflável, eu estava de volta à Era Paleozóica. Me vi afundado em papéis. Memorandos, ofícios, despachos, declarações e fichas funcionais de papelão. Folha de ponto no canetão. O crachá era de papel (como se fosse do SLU). Senti uma saudade do meu antigo trabalho, afinal, as instalações eram arejadas com ar-condicionado e o povo era arrumado. Mas, lembrei-me das ameaças de demissão, das metas que tinham que ser atigindas e, por ora, resolvi encarar.


Cheguei dando idéias de como poderíamos informatizar a seção. As velhas, servidoras com mais de 40, que só falam dos filhos adolescentes e fazem as unhas, me olharam como um BICHO estranho. Um ser nunca visto antes, quase um flamenguista com curso superior e trinta e dois dentes. Um judeu invadindo uma mesquita. Um espanhol em Tenochtitlàn. Eu cheguei no meu horário correto, 13 horas, e saí às 19h. O fiz por dois dias. Cumpri a risca, pois era acostumado a isso nos bancos, aonde se registra o ponto no computador. No terceiro dia, me convocaram pra uma conversa informal com mais três colegas:

- Aí, cara! Você está chegando muito cedo. Me disse o primeiro.

- É mesmo! E está produzindo muito! Tá querendo se matar é? O outro se manifestou.

-Rapaz, que história é essa de sair às 19h? Tá doido? Assim o chefe vai querer que a gente sej

a como você. Pára com essa merda!!


A partir desse dia não atendo telefone. Fechamos às 15h e ficamos vendo filmes e televisão lá dentro. Fazemos o suficiente pro chefe ficar se sentindo o chefe. Comissionado é foda, só vai

lá uma vez por semana e já está massa. Nós aderimos ao sistema. Chega desse papo de pro - atividade, de iniciativa. Ainda mais que lidamos com a pior raça que existe neste mundo, depois dos advogados cariocas: Os médicos. Povinho que se acha! Credo!


Hoje visto a camisa da seção. Sou um entusiasta do poder público. Corrompido é claro! Vire

i mais um lá. Claro que pretendo sair e passar em outro que pague mais e trabalhe menos. Mas enquanto isso, não deixo que falem mal do meu ganha-pão. Foda-se se meu chefe me pede para cadastrar seu "emeiú" do "iarrú” (comissionados. Tsc!)! Foda-se se chegam requerimentos com a seguinte solicitação:


PESSO O CADASTRO DO MEU HOT-MEIO

www.goizinhatravessaarroba.hot-meio.com.br

Eu quero é saber se o "Comigo-Ninguém-Pode”, nosso governador, paga o meu salário. E defendo minha instituição, hein?


Outro dia meu irmão (o policia federal) e um amigo (policial civil) estavam discutindo:

- Rapaz no meu trampo tá foda! Um amigo meu foi baleado. Morreu a semana passada.

- No meu também tá foda! Morreram três no mês passado.


Eu emendei:

- Galera, meu emprego que é perigoso! Trabalho no hospital, vocês sabem. Lá morre gente todo dia!

Ganhei a discussão.


Mudando de assunto...

É amanhã!!!


segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Um lugar para relaxar

Para fugir da agitação, Sofia resolve pegar o carro e ir para seu refúgio. Não desejaria estar em outro lugar senão contemplando o mar, naquela sua cidade favorita, naquela praia que lhe traz tantas recordações. Mas não pode. A cidade onde mora não tem mar. Mas como Sofia não é do tipo que desiste e reclama da vida, resolveu adotar um lugar como seu. Se adequar ao meio ainda é a melhor saída para ela. Ainda mais quando o que realmente importa é tentar relaxar um pouco.


O lugar é um lago. Ao redor existe um centro de diversão com restaurantes e bares, mas Sofia quer sentir o silêncio, quer aproveitar a calma daquele entardecer e se afasta do movimento, chegando bem próximo a água. O lugar é gramado, e o cheiro de terra misturada à umidade da água desperta alguns sentimentos em Sofia. É quase como se estivesse longe de casa, longe da cidade, longe daqueles que a fizeram mal, longe de tudo.


Algumas pessoas passeiam na espécie de "orla" que criaram por ali, mas ela não se move, apenas observa de longe. Fica tentando imaginar o que estariam pensando. Desiste. Respira fundo e tenta fazer parte do lugar. Enquanto se esquiva dos seus pensamentos diários e tenta fazer de conta que é parte de todo aquele ambiente, repara nos casais que namoram deitados na grama, no rapaz que passeia de lancha, nas aves que dão seus rasantes na água. E Sofia pensa que gostaria de sentir paz. Ela enfim, procura aquela paz.


De olhos fechados, Sofia, tenta escutar o que se passa ao redor, tenta sentir melhor aquele lugar e entendê-lo. Mas desiste. Não importa o porquê de aquilo lhe fazer bem. Ela só quer sentir. O dia vai acabando. O sol vai se pondo. O céu vai ficando "avermelhado" e Sofia se concentra naquela linha onde não se acha mais o sol. Ela sabe que o que existe de mais bonito em sua cidade é o pôr-do-sol e, naquele momento, fica feliz em estar por ali. Permanece sentada, admirando aquela paisagem e nem percebe que algumas pessoas sentaram ao seu lado para fazer o mesmo.


Aos poucos a noite vai caindo e Sofia se dá conta de que não viu a hora passar. As estrelas vão surgindo, o rapaz da lancha já se foi, o casal de namorados também, mas as pessoas que chegaram para ver o sol se despedir, cantam e bebem por ali. Sofia percebe que está na hora de ir. E em silêncio, levanta e vai embora. Agradecendo por ter recorrido ao seu refúgio. Pronta para outro dia de agitação.




Mudando de assunto...


A Dahi nos indicou para mais um selinho. Valeu, Pessoa!!!

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Into The Wild




O filme é baseado em fatos reais e conta a história de um jovem que decide doar seu dinheiro, abandonar sua família e partir numa aventura solitária rumo ao Alasca . A trilha sonora ficou por conta do "podi" do Eddie Vedder.

domingo, 7 de outubro de 2007

Você também não se sente um bobo quando...

... Tenta memorizar um número de telefone (repetindo em voz alta), encontra papel e caneta, mas percebe que esqueceu?


... Se sente injustiçado ou magoado com alguma merda que fizeram com você, mas não consegue expressar com palavras o que foi que te irritou?


... Tem certeza que quer comer algo “diferente”, mas não consegue se decidir (e na maioria das vezes pede “o de sempre”)?


... Vai ao supermercado (de preferência aquele distante de casa e com filas enormes) e esquece o que precisa comprar?


... Tem um ataque de nervos, mas não sabe explicar exatamente o que te irritou?


... Quer desesperadamente que algo seja diferente, mas não sabe como?


... Fala sobre um filme/música/livro com alguém, mas não sabe dizer o nome?


...Tem a convicção de que está certo sobre algum assunto, mas não consegue explicar os motivos de tanta certeza?


... Cria coragem para dizer uns desaforos para alguém, mas não consegue dizer nem a metade?


... Alguém te pergunta o significado de uma palavra, você sabe o que significa, mas não sabe explicar?

terça-feira, 2 de outubro de 2007

A zona de conforto

Zona de conforto foi um termo que me chamou muita atenção nos últimos dias e tem me tirado do meu estado “homeostatico” (se é que existe isso). Antes de explicar a situação, vamos para a definição do estado:


*Homeostase (ou Homeostasia) (homeo = igual; stasis = ficar parado) é a propriedade de um sistema aberto, seres vivos especialmente, de regular o seu ambiente interno de modo a manter uma condição estável, mediante múltiplos ajustes de equilíbrio dinâmico controlados por mecanismos de regulação interrelacionados. O termo foi cunhado em 1932 por Walter Bradford Cannon a partir do grego homeo similar ou igual, stasis estático.

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.


Sabem o que isso significa? É a tal “zona de conforto”, aquele estado em que a gente esquece de lutar por mais, sente medo de enfrentar a vida de frente, de expor os sentimentos, e deixa tudo do jeito que está. Sem esquecer, é claro, de reclamar de Deus e do mundo quando a leseira já se torna insuportável. Para alguns isso é uma forma de vida. Infelizmente.


Acredito que não estamos aqui para viver assim. Independente do grau de satisfação, ou a distância que está a pessoa que gostamos, é importante não desistir de tentar. Nem que seja apenas tentar. Desistir antes de fazer, antes de querer, é coisa para gente acomodada. Aí foi quando me peguei pensando em como estou levando minha vida. Lembrei das reclamações de algumas pessoas e vi que elas, assim como eu, estavam meio que empurrando a vida com a barriga, com preguiça (ou medo) de tentar. Sim? Que porra é essa? Até quando vamos buscar culpados? Até quando vamos ficar dando “desculpas verdadeiras” para tudo? Desculpas que insistimos tanto em usar que acabamos por acreditar que são verdades absolutas.


Ouvi sobre isso num curso que estou fazendo. O tutor já foi apelidado de chato. O cara incomodou todo mundo porque foi direto ao ponto. Não usou “meias” palavras para dizer que estávamos ali levando nossas vidinhas como nos foi ensiando. Disse que nos contentávamos com migalhas e pronto. Ele não era nosso amigo, e pelo jeito, nem fazia questão de ser. Enquanto eu reparava na reação de alguns colegas, ele soltou:


- O verdadeiro amigo alertaria você para a vida e não passaria a mão na sua cabeça. Ele diria que você tem que lutar pelo emprego melhor e lutar pelo seu grande amor. Sem a “desculpa verdadeira” de que você não pode mais se “humilhar” pelo amor do outro.


Caramba! Isto tudo caiu como uma bomba na sala e o silêncio reinou absoluto. Passei a refletir sobre isso. Realmente a gente tem a mania de achar humilhante expressar o que sente, tomar uma atitude que pode mudar a vida. Eu li o texto “O fim do mundo”. Me atentei para o fato de que não se vive para sempre e que a gente pode não ter a sorte de receber uma mensagem avisando quando será nosso último dia aqui na Terra. E mesmo que o dia seja marcado. Vale a pena deixar para sentir e fazer tudo de última hora?


O professor alertou que isto é um exercício árduo e que uma mudança, além de difícil, requer força de vontade. Eu concordo. E se você aceita um conselho, deixe de “desculpas verdadeiras” também. Lute por tudo. Mesmo que aos “olhos” da sociedade aquilo seja besteira ou “impossivel”. Lute por aquilo que lhe faz bem.


Texto de Bruno Sant’Lemon