quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

O dia da faxina

Estou na contagem regressiva para o fim de 2007. Inventei de fazer a “limpeza do armário” no fim de semana, já que agora moro em apartamento, e não tenho mais o espaço de antes. O que achei que duraria apenas uma manhã, durou quase um dia inteiro. Eu nunca vi uma pessoa juntar tanta coisa em um ano. E não saber a utilidade da maioria.

O que você puder imaginar, eu tinha guardado. Folhas soltas com anotações de aulas, apostilas enormes de cursinho, cadernos, panfletos de festas, papéis de bala, extratos bancários (já desbotados), blocos de anotações sem espaço para nenhuma palavra, fotos com os Fenômenos, “post-its” que deveriam me lembrar alguma coisa na época, mas que agora não faziam o menor sentido, o livro do “Senhor dos Anéis” no meio dos meus livros de direito administrativo (ou será o contrário?), ticket de cinema, revistinhas de promoções das Lojas Americanas (marcadas com o próximo Box que pretendia comprar), a lista dos “100 livros pra ler antes de morrer”, as apostilas da oficina literária, uns desenhos que só Deus pra saber quem desenhou, e até uma mega cartolina em branco que ganhei numa peça de teatro.

Juro que fiquei impressionada com a quantidade de tralha que juntei e com a bagunça. Respirei fundo e fui jogando fora alguns e organizando outros. Não gosto de me desfazer de certas coisas. Meus blocos de anotações, por exemplo, eu tenho o maior cuidado com eles (mesmo o Vascão falando que são breguérrimos), e não consigo me desfazer de jeito nenhum, nem de coisas que me lembrem pessoas queridas, mas existem certas coisas que devem mesmo ser jogadas fora, afinal, qual será a utilidade depois?

As roupas? Terror e pânico! Sempre penso duas vezes antes de doar a tal da calça jeans. É realmente um conflito! Vai que eu emagreço e elas voltam a me servir? Aham! Não sei de onde saí tão iludida! Sem falar na quantidade de meias “solitárias”. Tenho sérios problemas com meias. Por mais que eu tente, sempre perco um pé. Minha mãe ficava louca antigamente, mas agora não liga mais. Aconselhou-me a comprar pares de meias sem estampas, assim, eu perco uma, mas faço par com outra igual. O mais chato é quando você não sabe onde está ou não sabe o que fazer com aquele que restou. Fala sério! Tem coisa pior do que você procurar por uma peça de roupa, um livro, um DVD, um sapato e não estar lá? Ou quando a sua mãe resolve fazer caridade e doa algumas coisas e acaba mandando um pé da sua sandália favorita, mas deixa o outro lá no mesmo lugar? De que adianta? O jeito vai ser jogar no lixo junto com as tralhas mesmo.

O Tesouro aqui de casa consegue jogar tudo fora sem nem olhar direito pras coisas. Vapt-Vupt! E tudo em apenas um saco de lixo. Eu? Pffff! Impossível gastar apenas um saco. E além da quantidade, ainda acho que posso precisar depois. Fico quase em transe me perguntando se devo ou não me desfazer disso ou daquilo, quando meu irmão tem absoluta certeza de que não quer mais a camiseta com a estampa do “Che” que ganhou da namorada no ano passado. Humpf! É a vida, né? Mas eu consegui, mesmo depois de aguentar o discurso de “você é bisonha!” do meu irmão, e as gozações do meu pai.

Enquanto reorganizava meus livros, encontrei o “Quintana de Bolso” e dando uma (re) olhada por cima...

“Há coisas que a gente não sabe nunca o que fazer

[ com elas…

Uma velhinha sozinha numa gare.

Um sapato preto perdido do seu par: símbolo

Da mais absoluta viuvez.

As recordações das solteironas.

Essas gravatas

De um mau gosto tocante

Que nos dão as velhas tias.

As velhas tias.

Um novo parente que se descobre.

A palavra “quincúcio”.

Esses pensamentos que nos chegam de súbito

[ nas ocasiões mais impróprias.

Um cachorro anônimo que resolve ir seguindo a gente

[ pela madrugada na cidade deserta.

Este poema, este pobre poema

Sem fim...



E por falar em literatura...

7 comentários:

Dante Accioly disse...

Também tenho sérias dificuldades de jogar o lixo no lixo. Saí de férias há uns dois meses e, por onde ia passando, guardava "recordações" para trazer para casa. Tickets de metrô, comprovante de cartão de crédito, folder de museu, bilhete de teatro... Um dia desses coloquei o pacote na balança: um quilo. Trouxe um quilo de papel usado na minha mala e não tenho a menor idéia do que fazer com tanto bagulho. O que sei é que não vou jogar no lixo. Não tenho coragem.

Antonio Ximenes disse...

Pessoas.

Eu... pra variar... também tenho essa mania psicopata... rs... de guardar toda uma gama de quinquilharias... souvenirs... pedaços de quartzo... moedas... e inúmeros etcs.

De vez em quando bate uma loucura... me armo de uns sacos de lixo... e jogo tudo para o limbo do esquecimento.

Faço isso de 15 em 15 anos... rsrsrs

Abração.

Anônimo disse...

vcs sao uns sociopatas
psico frenéticos atômicos


que isso
viva a zona do meu quarto!!

Anônimo disse...

Hahahahah
Eu tb vivo guardando um montão de tranqueiras. Nem tenho coragem de arrumar armário. Só de pensar na quantidade de besteiras que tenho guardadas... Papel de bala que algum garoto me deu, bilhetinhos trocados, um monte de roupa nada a ver que nem uso mais...

Ai Ai

Beijo!

www.malufala.com.br

Anônimo disse...

Meu sonho é ter um mega guarda-roupa!
Falo isso toda segunda feira!
Enquanto isso nao acontece...
tento organizar tudo que tenho no "porta tecro" que existe aqui no meu quarto!

bjinho

Dahiana Penno disse...

Ishi, tô adiando a minha faxina...
Mas, não vai passar desse finds.
Quero só ver o q eu acho.
Minha irmã disse que vai sair de perto com medo do que pode sair lá de dentro.
kkakakakakaka


;)

Dahiana Penno disse...

Mas eu gosto da minha bagunça.
Me sinto bem "organizada"....
hauhauhauhaua