quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Desafio Fenomenal - Os Vencedores


Sim,pessoas! Saiu o resultado do Desafio Fenomenal. Alguns de nossos participantes desistiram no meio do caminho, mas tivemos alguns bravos que encararam a história e mandaram o texto pra gente.

O difícil foi decidir. Escolhemos dois textos como vencedores. São histórias diferentes uma da outra, mas bastante interessantes. Os nossos queridos “blogueiros fenomenais” transformaram uma novelinha mexicana em algo bem gostoso de ler.

Chega de conversa fiada! A seguir um dos textos vencedores (o outro texto virá daqui uns dias, conforme todos os posts publicados aqui):



Alfredo fala, Laura responde, Marcelo e Joana telefonam


Alfredo, 26 anos, 1,90m, 112 Kg, era um gordo em permanente expansão apaixonado por Laura, 24 anos, 1,60m, 48 Kg. Costumava aparecer cheio de mimos para ela, coisas como chocolatinhos, bebidinhas e, agora, na época mais fria do ano, chegou ao ponto de trazer quentão para sua pretendida. Quentão é uma bebida que mistura vinho, cachaça, canela, açúcar e cravo, às vezes noz moscada e casca de laranja ou limão e é irresistível no inverno. Laura sabia que a garrafa térmica trazida por Alfredo tinha a intenção de aquecer-lhe o coração em sua adiposa direção, mas tal consolo só fazia com que ela pensasse com maior ternura em Marcelo, 23 anos, 1,72m, 70 Kg, um jovem meio sem graça que não lhe trazia mimo algum e que costumava aconselhar Alfredo a considerar o efeito benéfico que um regime traria a sua rotunda pessoa. Ocorre é que Marcelo só tem olhos para a loira Joana, 20 anos, 1,68m, 57 Kg, que é ainda mais sem graça do que ele e dá a impressão de que o clímax de sua vida é quando vai à academia malhar seu corpo que, diga-se de passagem, é belíssimo, fazendo com que muitos homens tentem buscar (ou não) sua alma escondida sob tantos alongamentos, pesos levantados, abomináveis abdominais e seios sublimes, aumentados e empinados pelo silicone.

Alfredo acostumou Laura a seus mimos gastronômicos e telefonemas. Os contatos pelo telefone era tão freqüentes e longos que a moça não tinha tempo de falar com outro. Ela revirava os olhos cada vez que o telefone tocava, mas atendia e – notável! – gostava. Não adianta, certas mulheres gostam mesmo de rir e Alfredo era engraçado, soltava de improviso boas piadas e Laura ria e ria do outro lado da linha. Era bom aquilo. Sabemos que os diretores de cinema gordos amam os complexos movimentos de câmara porque caminham pouco e ficam vendo o mundo de cima da grua. Alfredo também não queria deslocar-se muito, cansava facilmente, preferindo “namorar” pelo telefone. A voz de Laura e principalmente sua risada eram importantes para ele, que se achava inadequado e feio para toda aquela perfeição da lauríssima criatura. Apostava em seu espírito, mas, toda vez que tornava-se íntimo e confidente, Laura vinha com o papo sobre Marcelo, aquele antípoda seu: chato, burro e louco por outra.

Muitas vezes os quatro saíam juntos. Iam a festas e tinham a singularidade de parecerem um quarteto assexuado, pois nada era manifesto. As intenções só emergiam em telefonemas e em rápidos encontros pessoais provocados pelas raras idas de Alfredo ao local onde Laura estagiava, por Laura correndo atrás de Marcelo na faculdade, por Marcelo indo à academia procurar Joana, que – surpresa! – deixava-se dar alguns amassos e algo mais quando a endorfina estava alta e misturada com o suor dos finais das manhã, quando saía da academia, mas nunca à noite, quando permanecia em silêncio, ouvindo os amigos, feliz com sua bela aparência e tranqüila com a mente mansa dos animaizinhos mais simples deste mundo de deus. Porém, ela sofria, assim como Marcelo. Joana queria um homem alto, grande e sarado para si; fingia seus orgasmos para aquele esquelético Marcelo e chegava a achar Alfredo mais interessante, apesar deste mal dar-se conta de sua existência silenciosa, incapaz de externar uma opinião sobre aquele Blow-up a que ele submeteu o grupo na semana anterior, fazendo ao final os brilhantes e cômicos comentários que encantaram à Laura que, por sinal, andava engordando sem dar-se conta. Joana observou, ao final do filme que, sem parar de falar – exclusivamente à Laura, mas em voz altíssima -, ele foi à cozinha de sua casa e trouxe de lá a mais bela torta de requeijão com goiabada que vira até hoje. Era puro amor transformado em alimento para Laura. A goiabada escolhera aquele momento para descer pela base de requeijão, como dedos que buscam prazer sobre a pele. Ao ver aquilo, Laura voltou seu olhar encantado de Alfredo para o magrinho Marcelo que, constrangidamente, dirigiu seu olhar à Joana, que observou como Alfredo era triste com toda aquela comilança e devoção à Laura.

Naquela noite, ao chegar em casa, Marcelo telefonou para Laura e disse-lhe que ela e Joana estavam fascinadas pelo gordo, mas ficou literal e longamente boquiaberto ao ouvir uma Laura meio bêbada pelos eflúvios de Alfredo rebater que iria visitá-lo naquele minuto a fim de mostrar sua “fascinação”. “E ponha uma música adequada!”, ordenou.

Neste ínterim, enquanto ia para casa no banco de trás de um táxi, uma Joana sem endorfina permitia a algumas lágrimas descerem em direção a seu sublime colo de silicone. Pegou o celular e ligou para Alfredo, que não atendeu. Ligou novamente e ouviu um alô assustado. “Oi, joaninha do meu jardim, aqui fala teu pulgão. Aconteceu alguma coisa de grave?”. “Não, nada de grave, é só que eu não queria ficar sozinha esta noite”.

E, com efeito, nada de grave ocorreu, apenas o grupo dos quatro tornou-se publicamente sexuado. Alfredo e Marcelo não tornaram-se grandes amigos mas Laura e Joana, sim. Trocavam confidências: Joana não gostava de ser chamada de "minha loirinha limitada" e sentia-se insegura, Laura andava sempre brigando com Marcelo, principalmente após saber de suas idas matinais à academia.
Não foram felizes por muito tempo porque, como vocês podem comprovar, é sempre assim. Mas Laura e Joana ainda são amigas.
Blogueiro Fenômeno - Milton Ribeiro
Blog - Milton Ribeiro

7 comentários:

Anônimo disse...

Pô, vocês nem avisam!

:¬))

OBRIGADO!!!!

Beijos.

Anônimo disse...

Milton,

Eu ja ia la t avisar! hehehehe

A gente q agracede, ue!

Mandou bem demais!!!

bjinho

Anônimo disse...

Gostei ta trama! muito boa!
O final então... Surpreendente


Adorei..
bjinho Milton

Anônimo disse...

Excelente o texto!!! Adorei o enredo, a forma como foi escrito... pô, parabéns!!!

Espero quer os seguintes mantenham esse estilo!


Abs...:)

Anônimo disse...

Aviso aos navegantes:

As fotos do evento do dia 03 de agosto ja estao no fotoblog.

Divirtam-se e parem de me importunar, ok?

hihihihihi


bjs

Anônimo disse...

adorei o texto

o melhor desse blog até hoje

nota: DEZ!

Anônimo disse...

Caro Pobre,


Vc ja acompanha os textos dos Fenomenos? Q bom que comecou a comentar. Seja bem-vindo!

Quanto ao texto do Milton.. excelente, ne? Ele manda muito bem mesmo.

Espere pra ver o outro. Tambem e tudo de bom! :)

beijos