Que loucura!

Febre? Moda? Empolgação? Sei lá! O fato é que essa historia de figurinha tá enlouquecendo os FENOMENOS. Como tudo na vida dessa galera é intenso, essa historia de álbum já ta rendendo situações hilárias e preocupantes também.


Tudo começou quando Tesouro chegou com o álbum em casa e perguntou se eu queria um. “É claro!” respondi. Me lembrei daqueles álbuns de quando era criança, que a gente fazia de tudo pra completar e ganhar os brindes (um cinzeiro, uma bola dente de leite, um bambolê). Comecei a comprar as figurinhas e pronto! Logo estava viciada. Tinha que comprar pacote todo dia, caso contrário era mau-humor na certa. Logo a Helen entrou na parada. Ja perdi a conta de quanto gastamos com isso!


Fomos comprar seu primeiro "lote" de figurinhas e ficamos na banca mesmo, sentadas, colando tudo!!! Várias crianças passavam, e olhavam aquela cena, perplexas. Bruno resolveu aderir ao vício a pouco tempo, mas como um bom FENOMENO, já ta gastando tudo o que tem pra alcançar as amigas.

Nos últimos dias, notei que estamos passando do estágio moderado, para o preocupante.


Sábado, resolvemos fazer um programa mais light e combinamos de tomar vinho e assistir filme na minha casa. Ótimo! Chamamos Tesouro, a Sra. Tesouro e mais um amigo. Fui com meu irmão, até a locadora, aluguei um filme e no caminho vi uma banca de revista. Perguntei para Tesouro: “Tem dinheiro aí?” Ele, mais que rapidamente, respondeu: “Porra Guria! Tenho não! Gastei o que tinha ontem comprando figurinha”. Eu insisti “ Ah não Tesouro! Me arruma aí, quando chegar em casa eu te pago” Ele se irritou: “C.... Guria! Tú tá demais hein? Seu pai é outro! Vamos juntar o troco aqui e ver quanto dá!” Resultado....8 pacotes!!!!! Saímos de lá satisfeitos.


Enquanto isso, Bruno me ligava dizendo que tinha conseguido achar as figurinhas e que quase não tinha repetida. Sobradinho é uma droga! Interior do interior! Acabaram as figurinhas, álbum..tudo! Mas nós conseguimos e estávamos felizes com isso. Mandei mensagem pra Helen: “Traz seu álbum quando vier aqui pra casa”.


Marcamos pra 21h30. Mas deu 21h40, 22h00 e nada dessa galera! Liguei e o Bruno me atendeu: “Calma pessoa! É que eu e a Helen estamos trocando as figurinhas aqui embaixo do bloco!” Fiquei p. da vida! Como assim? Não me esperaram?

Quando chegaram foi uma loucura! Todo mundo com o álbum na mão, discutindo, abrindo pacotes, contando as repetidas, brigando, disputando. Um corre pra um lado, a outra vai pra sala colar o que conseguiu... Filme que é bom? Nada! O pobre do nosso amigo, perplexo, tentava participar, mas desistiu diante de tanta loucura.

Eu tentava arrancar uma figurinha do álbum do Bruno, a Helen, entretida com minhas figuras repetidas, não conseguia responder nenhuma pergunta que o nosso amigo fazia. Tesouro e Sra. Tesouro, dicutiam pra ver quem ficava com o escudo da Argentina, e assim foi quase a noite toda. Bruno aproveitava a confusão para sair colando tudo que via na frente.


Domingo foi um saco! nenhuma banca tinha figurinha! Que nervoso! “Vamos na Siciliano? Lá tem com certeza!”. Quase saí na porrada com Tesouro, que queria roubar minha figurinha do Thierry Henry. Mas depois acabei trocando, já que só faltava ela para o pobre completar a França! A irmã do Bruno, resolveu dormir com as figurinhas embaixo do travesseiro por precaução! Como acabaram os álbuns, ela está esperando chegar, para enfim, conseguir colar sua figuras. É claro que o irmão tentou passar a perna, sugerindo: "Ju, que tal você me dar suas figurinhas? Aí eu coloco seu nome no álbum! Fica sendo de nós dois!" Isso funcionaria se ela tivesse 4 anos e não 24 anos né?

A coisa anda feia!

Segunda-Feira, fui devolver o filme, que não assitimos, e passei no bloco onde a maioria dos FENOMENOS mora. Bruno desceu com o álbum e o mega pacote de repetidas. “Saco Bruno! Já tenho quase todas!” De repente a Helen liga: “Quer dizer que estão trocando figurinhas e não me avisam? Tô descendo!”. Júlia desceu também, e perplexa diante daquela loucura, soltou uma pérola: “O que não faz a falta de uma trouxa de roupa pra lavar, viu?”

Ninguém deu moral, afinal, estávamos entretidos colando, comparando, xingando. "Que doga! Esse Emanuel de Togo sai 200 vezes!". Eis que surgem duas crianças na portaria com as mãos cheias de figurinhas, e foi aí que percebi o tamanho do nosso problema.


Bruno viu o dois pequeninos tocando o interfone, e sugeriu um plano: “Gente! Olha o tanto de figurinha nas mãos dessas crianças! Vamos fazer o seguinte, eu seguro um, uma de vocês segura o outro e as outras duas pegam as figurinhas e vazam, correndo”.


Olha, a que ponto viu?